sábado, 1 de outubro de 2011

Onda Verde

Na bicha do supermercado, a menina da caixa diz para uma senhora idosa:
- A senhora deveria trazer o seu próprio saco para levar as compras, uma vez que sacos de plástico não são amigos do ambiente.

A senhora pediu desculpas e disse:
- Não havia esta coisa da onda verde no meu tempo.

 A empregada respondeu:
- Esse é exactamente o nosso problema hoje, minha senhora. A sua geração não se preocupou o suficiente com o nosso ambiente.

- Você tem razão, - responde a velha senhora - a nossa geração não se preocupou adequadamente com o ambiente. Naquela época, as garrafas de leite, garrafas de sumo e cerveja eram devolvidos à loja. A loja mandava de volta para a fábrica, onde eram lavadas e esterilizadas antes de cada reutilização, e eles, os fabricantes de bebidas, usavam as garrafas, umas quantas vezes.

Realmente não nos preocupámos com o ambiente no nosso tempo. Subíamos as escadas, porque não havia escadas rolantes nas lojas e nos escritórios. Caminhávamos até o comércio, ao invés de usar o nosso carro de 300 cavalos de potência a cada vez que precisamos ir à rua do lado.

Mas você tem razão. Nós não nos preocupávamos com o ambiente. Até então, as fraldas de bebés eram lavadas, porque não havia fraldas descartáveis. Roupas secas: a secagem era feita por nós mesmos, não nestas máquinas bamboleantes de 220 volts. A energia solar e eólica é que realmente secavam as nossas roupas. Os meninos pequenos usavam as roupas que tinham sido de seus irmãos mais velhos, e não roupas sempre novas.

Mas é verdade: não havia preocupação com o ambiente, naqueles dias. Naquela época só tínhamos uma televisão ou rádio em casa e não uma televisão em cada quarto. E a televisão tinha um ecrã do tamanho de um lenço, não um ecrã do tamanho de um estádio; que depois será descartado como?

Na cozinha, tínhamos que bater tudo com as mãos porque não havia máquinas eléctricas, que fazem tudo por nós. Quando embalávamos algo um pouco frágil para o correio, usavamos um jornal antigo para protegê-lo, não plástico com bolha ou qualquer outra coisa de plástico que duram cinco séculos para começar a degradar. Naqueles tempos não se usava um motor a gasolina apenas para cortar a relva, era utilizado um cortador de relva que exigia músculos. O exercício era extraordinário, e não precisava ir a um ginário e usar tapetes que também funcionam a eletricidade.

Mas tem razão: não havia naquela época preocupação com o ambiente. Bebíamos directamente da fonte, quando estávamos com sede, em vez de usar copos plásticos e garrafas de plático que agora enchem os oceanos. Canetas: recarregávamos com tinta umas quantas vezes ao invés de comprar uma nova. Afiávamos as navalhas, ao invés de jogar fora todos os aparelhos 'descartáveis' e poluentes só porque a lâmina ficou sem corte.

Na verdade, tivemos uma onda verde naquela época. Naqueles dias, as pessoas tomavam o autocarro ou a camioneta e os meninos iam de bicicletas ou a pé para a escola, ao invés de usar a mãe ou o pai como um serviço de táxi 24 horas. Tínhamos só uma tomada em cada quarto, e não um quadro de tomadas em cada parede para alimentar uma dúzia de aparelhos. E nós não precisávamos de um GPS para receber sinais de satélites a quilómetros de distância no espaço, só para encontrar a pizzaria mais próxima.

Então, não é risível que a actual geração fale tanto em "meio ambiente", mas não quer abrir mão de nada e não pensa em viver um pouco como na minha época?

1 comentário:

  1. bel leçon pour notre génération et les générations futures !!

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